Rinite é uma doença inflamatória das mucosas de dentro do nariz, sendo a doença crônica mais comum no mundo e em algum países com a prevalência de até 50% da população. Representa um problema dessaúde global que causa grande ônus e incapacidades em todo o mundo, pois contribui com a redução da produtividade no trabalho, na concentração na escola, problemas no sono e prejuízo na qualidade de vida.

A rinite alérgica é resultado da resposta exagerada do corpo ao contato com determinadas substâncias, que o organismo pode identificar como estranhas. Entre elas, destacam-se: ácaros existentes na poeira doméstica, pó, ácaros, pelos de animais, fungos, descamação de pele, mofo e pólen.

A rinite alérgica é descrita como uma reação de hipersensibilidade do tipo I, caracterizada pelo aumento de células chamadas eosinófilos e mediada por enzimas chamadas imunoglobulina E e histamina.

Porém se você tem rinite, pode ter crises com sintomas mesmo sem ter relação com as enzimas acima, como quando entramos em contato com odores fortes, mudança climática e poluição e em ambos os casos, os sintomas são bem parecidos.

Sintomas

  • Cosseira e irritação no nariz, na boca, nos olhos, na garganta, na pele ou em qualquer outra região
  • Nariz entupido
  • Problemas com odores
  • Coriza
  • Espirros
  • Lacrimejamento nos olhos.
  • História na família de alergia
  • Início antes dos 20 anos de idade
  • Olheiras
  • Prega horizontal na ponta do nariz

Diagnóstico

O diagnóstico de rinite alérgica é realizado em uma consulta com médico otorrinolaringologista através do exame físico. Sempre temos que levar em conta o histórico e os sintomas do paciente, assim como casos iguais na família, histórico de asma e de síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono. O exame físico vamos em busca de mais sinais de rinite como:

  • Linhas e dobras na pálpebra inferior dos olhos;
  • Sinais de conjuntivite alérgica;
  • Sinais e sintomas de dermatite alérgica;
  • Inchaço nas estruturas de dentro do nariz;
  • Palidez da mucosa nasal;
  • Palato ogival.

Exames complementares devem ser solicitados, como a endoscopia nasal, seja com endoscópio rígido como o flexível, que avalia a parte mais profunda do nariz. Isso nos ajuda a determinar a presença de desvios de septo nasal, aumento do volume de adenoide (tonsila faríngea), tumores, drenagem de secreções, pólipos etc.

Pesquisa de IgE específica pode ser feita pelos testes cutâneos, pesquisa no sangue ou provocação nasal. A pesquisa do IgE total pode ser solicitada, mas não é fundamental.

É essencial ser avaliado por um médico otorrinolaringologista. Através dos seus sintomas, associado ao exame médico, já é possível fazer o diagnóstico de rinite alérgica.

Tratamento

O tratamento dos pacientes portadores de rinite alérgica ainda é um desafio, primeiramente por ser uma doença crônica com baixas taxas de cura. Além disso requer cuidados contínuos cujos resultados demoram a aparecer e quando aparecem, o paciente abandona o tratamento.

A higiene ambiental e o controle de exposição a alérgenos deve ser realizada, apesar das evidências de melhora não serem tão fortes, mas os resultados desse controle podem demorar 3-6 meses.

  • O ambiente onde a pessoa alérgica vive deve ser bem-ventilado, ensolarado e cuidadosamente limpo.
  • Trocar a roupa de cama com frequência,
  • Evitar atividades externas na época de polinização,
  • Identificar áreas como mofo e umidade,
  • Evitar locais poluídos,
  • Evitar contato com fumaça de cigarro,
  • Evitar produtos de limpeza ou para desodorizar o ambiente, inseticidas, tintas com cheiro forte, perfumes,
  • Animais de estimação não devem ficar dentro de casa.

O uso de máscara facial decorrente da pandemia de COVID-19 demonstrou reduzir a gravidade dos sintomas de rinite alérgica em muitas pessoas devido a filtração do ar exercida pela máscara.

Lavagem nasal com soro fisiológico deve ser feita por todos os pacientes com rinite alérgica, pois tem grande impacto positivo na melhora da qualidade de vida e raramente apresenta efeito colateral.

Medicamentos são usados com o objetivo de controlar os sintomas:

  • Anti-histamínicos (antialérgicos) orais;
  • Anti-histamínicos nasais
  • Corticoides orais
  • Corticoides nasais
  • Descongestionantes nasais
  • Antagonistas dos receptores de leucotrienos
  • Cromoglicato dissódico
  • Antileucotrienos intranasais
  • Imunobiológicos
  • Probióticos

Nenhuma dessas drogas é isenta de efeitos colaterais adversos, eventualmente com graves consequências. Por isso, devem ser utilizadas somente quando prescritas por um médico e na dosagem recomendada.

Acupuntura tem um perfil de segurança grande e sugere um possível efeito imunomodulador, mas apresenta um baixo nível de evidência e desse ser reservado a pessoas que querem evitar medicamentos.

Cirurgia para rinite alérgica tem como o objetivo de reduzir alguns sintomas, em especial a obstrução nasal, com resultados animadores. Pode ser realizada a septoplastia associada a turbinectomia.

Imunoterapia específica é o tratamento com vacinas antialérgicas que podem ser aplicadas por meio de injeções ou gotas sublinguais, com quantidades controladas de substância para que o organismo deixe de ser hiper-reativo a ela, reduzindo os sintomas da doença alérgica.

Para um efeito sustentado, o tratamento deve durar no mínimo 3 anos de forma contínua ou antes dos períodos que tem mais crise de rinite. Esse tipo de tratamento é mais eficaz para alguns tipos de polens e ácaros do pó doméstico, porém apresenta resultados pobres quando a pessoa é alérgica a pelos ou fungos.

Os efeitos adversos são raros, mas potencialmente graves se não forem conduzidos de forma adequada.

Indicações da imunoterapia:

  • Rinite alérgica moderada à grave
  • Sintomas persistentes ou uso frequente de medicações
  • Asma associada
  • Paciente disposto a fazer o tratamento.

Lembre-se de que prevenir é o melhor remédio, então fazer o tratamento correto é o primeiro passo a ser dado.

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