Amigdalite aguda

A amigdalite aguda, também conhecida por tonsilite, é a infecção das amígdalas, que pode ter diversas causas. As amígdalas fazem parte do sistema imunológico, e ficam localizadas na região anterior da garganta, logo após a língua. Auxilia na proteção do corpo reconhecendo potenciais agressores, mas bem por isso se infectam com maior frequência.

Ao todo, são quatro amígdalas (anel linfático de waldeyer). Contudo, a olho nu, só se consegue enxergar duas: as palatinas, que ficam próximas ao céu da boca, na entrada da garganta. Por isso, grande parte das pessoas consideram que somente possuem duas amígdalas.

Sintomas

Além da dor de garganta, que é um sintoma característico da amigdalite, a doença ainda pode ser caracterizada por diversos outros. Sintomas mais comuns

  • Amígdalas inchadas e vermelhas;
  • Dor ao engolir;
  • Febre;
  • Tosse;
  • Dor de cabeça;
  • Cansaço;
  • Calafrios;
  • Mal estar;
  • Manchas brancas com pus nas amígdalas;
  • Inchaço dos gânglios localizados no pescoço;
  • Dor nas orelhas e/ou no pescoço;
  • Perda de peso;
  • Dificuldade na ingestão de alimentos e/ou líquidos;
  • Dificuldade para dormir.

Sintomas menos comuns

  • Náuseas e vômitos;
  • Fadiga;
  • Dor de estômago;
  • Língua “peluda”;
  • Mau hálito;
  • Alterações na voz;
  • Dificuldade em abrir a boca;
  • Perda de apetite;
  • Ansiedade e/ou medo de sufocar.

Causas

Os vírus são a causa mais comum dentre os causadores de amigdalite. Ela pode ser causada pelos seguintes agentes virais:

  • Adenovirus: causa mais comum de grande parte dos resfriados;
  • Rhinovirus: causa mais comum de infecções virais em humanos;
  • Influenza:vírus causador da gripe;
  • Coronavirus: são conhecidas 6 estirpes desse vírus, sendo uma delas causador da síndrome respiratória aguda grave;
  • Vírus epsteinbarr: causador da mononucleose infecciosa (ou doença do beijo);
  • Vírus sincicial respiratório: causador frequente de várias infecções do trato respiratório;
  • Citomegalovírus: vírus pertencentes a família do herpes-vírus, que causam a herpes labial ou genital.

A bactéria que causa amigdalite mais comumente é a streptococcus pyogenes, pertencente ao grupo a dos estreptococos. Porém, a doença também pode ser causada pelas seguintes bactérias:

  • Staphylococcusaureus;
  • Mycoplasmapneumoniae;
  • Chlamydiapneumoniae;
  • Bordetellapertussis;
  • Fusobacteriumsp.;
  • Neisseriagonorrhoeae.

Fatores de risco

Existem dois fatores de risco que aumentam a possibilidade de alguém desenvolver amigdalite. São eles:

  • Pouca idade: a doença atinge as crianças com maior frequência. Entretanto, as que tem menos de 1 ano de idade raramente são afetadas. As amigdalites causadas por bactérias geralmente ocorrem entre as idades de 4 a 15 anos, já as amigdalites virais são comuns em crianças mais novas que 4 anos.
  • Frequente exposição a germes: por estarem em constante contato com colegas e, consequentemente, com diversos agentes patológicos, crianças no período escolar podem adquirir amigdalite mais facilmente.

A amigdalite é uma doença contagiosa, ainda mais quando ela é do tipo viral. A transmissão é feita pelo contato com a saliva do paciente infectado. Para que a transmissão do agente patológico seja evitada, aconselha-se tomar as seguintes precauções:

  • Sempre cobrir a boca (com um lenço ou o antebraço) quando for tossir;
  • Lavar bem as mãos antes de manusear algo ou após usar o banheiro;
  • Não compartilhar itens de uso pessoal, como copos, talheres, toalhas etc.

Diagnóstico

Primeiramente, é preciso ressaltar que, ao sinal de qualquer dor e/ou inflamação, a visita ao médico se faz necessária. No caso da amigdalite, quando sintomas como a dor de garganta começam a incomodar o paciente, o ideal é ir em busca de um diagnóstico com um médico otorrinolaringologista.

Tratamento

Sendo a amigdalite viral ou bacteriana, os cuidados primários para a doença são os mesmos para todos os pacientes. Contudo, quando a causa é uma infecção bacteriana, antibióticos devem ser receitados para que o agente causador seja eliminado do organismo com maior eficácia.

Ao seguir esses cuidados da maneira correta, os sintomas costumam desaparecer em 2 ou 3 dias.

Dentre os cuidados básicos que você deverá seguir, pode-se destacar:

  • Descanso:durante o repouso, o seu corpo foca toda a sua energia em combater a infecção;
  • Líquidos:ao beber bastante líquido, a sua garganta evita de ficar seca e se tornar ainda mais desconfortável;
  • Umidade:umidificadores de ar podem remover a irritação que o ar seco provoca;
  • Evitar agentes irritantes: afastar-se de substâncias tóxicas, como a fumaça do cigarro, pode auxiliar na recuperação.
  • Em amidalites de repetição é importante afastar a hipótese de refluxo gastroesofágico, responsável pela mudança no ph da garganta e que pode facilitar o surgimento de inflamações;
  • Não se automedique. Medicamentos usados sem indicação podem favorecer o desenvolvimento de bactérias resistentes.

Complicações da amigdalite

Pode ocorrer o desenvolvimento de um acúmulo de pus na região lateral a amigdala, chamado abscesso periamigdaliano.  Ele responde mal ao tratamento com medicações então geralmente é necessário realizar a drenagem cirúrgica desse abscesso. Ele consiste na realização de uma incisão ao lado da amigdala, abrindo uma porta de saída e drenagem do pus acumulado.

Além dessa complicação, para quem sofre de amigdalite do tipo crônico, é comum sofrer com problemas como roncos, respiração pela boca, problemas no sono e apneia do sono obstrutiva. Todos eles são causados pelo aumento exacerbado (hipertrofia) das amígdalas.

Há, ainda, algumas outras complicações desenvolvidas por conta da evolução da doença. São elas:

  • Dificuldade para respirar, por conta da obstrução das vias respiratórias;
  • Desidratação, por conta da dificuldade em ingerir líquidos;
  • Faringite bacteriana.
  • Formação de caseos e cripitas em amigdalas.

Em casos extremamente raros, consequências mais sérias também podem acontecer caso o paciente não tome os antibióticos prescritos corretamente. Dentre elas encontram-se:

  • Febre reumática: inflamação que afeta o coração, as juntas e outros tecidos do organismo;
  • Glomerulonefrite: inflamação nos rins que dificulta a remoção de resíduos e excesso de fluidos do sangue.

Cirurgia

A cirurgia para a remoção das amígdalas, também conhecida por amigdalectomia, é sempre uma ótima opção para os pacientes que se enquadram em algum desses critérios abaixo:

  • Episódios de dor de garganta que fazem com que ela pare de funcionar normalmente;
  • 4 ou mais dores de garganta, tratadas corretamente com necessidade de antibióticos, no último ano;
  • 3 ou mais dores de garganta, em cada ano com necessidade de antibióticos, nos últimos dois anos;
  • Mau hálito causado pela saída de cáseos das amígdalas (massas de aspecto branco-amarelado mal cheirosas).

O procedimento cirúrgico é realizado sob anestesia e dura entre 30 a 45 minutos. Ele é feito com mais frequência em crianças e o paciente recebe alta no próprio dia ou, no máximo, no dia seguinte.

Recuperação da cirurgia

Após receber alta, o paciente deverá ficar em casa por 7 a 10 dias, a fim de se recuperar totalmente da cirurgia. É normal a ocorrência de uma dor de garganta de intensidade variável durante esse tempo. Algumas crianças sentem, ainda, dores nas orelhas, mandíbula, pescoço, febre baixa e rouquidão.

Para aliviar essas dores, o médico responsável pelo caso pode indicar medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios.

Durante esse período de recuperação, os cuidados básicos para auxiliar em todo o processo são descanso suficiente e a ingestão de muito líquido.

Mesmo tirando as amídalas eu posso dor de garganta?

Sim, porque a retirada não vai impedir de você ter uma faringite ou laringite. Faringites são inclusive causa mais frequente de dor de garganta. Por isso, é importante ter um estilo de vida saudável para que sua imunidade não caia, o que favorece que micro-organismos oportunistas causem essas infecções.

Prevenção da amigdalite

Por se tratar de uma doença contagiosa, transmitida por meio de gotículas de saliva, boa parte das medidas preventivas envolve hábitos simples de higiene, como lavar as mãos frequentemente ou utilizar álcool gel várias vezes ao dia.

Além disso, é fundamental não compartilhar talheres, copos, toalhas e objetos pessoais com pacientes contaminados.

Evitar espaços fechados ou com grande concentração de pessoas também é um fator essencial para a prevenção de diversas doenças, inclusive a amigdalite. Esses cuidados devem ser ainda mais intensos em pessoas que fazem parte do grupo mais vulnerável — bebês, crianças pequenas e idosos, por conta da baixa imunidade.

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