Laringite

O termo laringite é sinônimo de inflamação da laringe, órgão localizado no pescoço, onde se encontram as cordas vocais que também na deglutição dos alimentos.

Sintomas

São poucos:

  • Rouquidão que pode ser de duração e severidade variáveis chegando à ausência de voz,
  • Dor (comum),
  • Tosse,
  • Chiado ao respirar,
  • Falta de ar,
  • Febre (incomum).

A laringite geralmente é precedida de alguma infecção respiratória, como um resfriado por exemplo. Em adultos, a evolução da normalmente decorre em alguns dias desde o início dos sintomas até a procura do médico especialista. Já nas crianças, devido ao tamanho reduzido da via aérea, a evolução da doença costuma ser bem mais rápida e muitas vezes severa e nestes casos a agilidade pra chegar em um diagnóstico e começar um tratamento rápido é de grande importância.

Geralmente podem ser divididas em agudas ou crônicas. As infecções agudas geralmente ocorrem durante um período de até sete dias, com febre e comprometimento das vias aéreas, sendo mais prevalente na infância. A crônica persiste por mais de 3 semanas, sendo a dor e a rouquidão os sintomas predominantes e ocorre mais frequentemente em adultos.

Entre os tipos de laringite aguda mais comuns podemos citar:

  • Laringotraqueíte aguda;
  • Epiglotite;
  • Laringite estridulosa;
  • Laringotraqueobronquite membranosa.

A laringotraqueiteaguda ou também conhecida como crupe viral, é a causa mais comum de estridor agudo em crianças. Em média sua duração é de 3 a 7 dias e seu agente etiológico mais comum é o vírus parainfluenza 1 e 2 e influenza tipo A. Inicia- se como um resfriado com congestão nasal e coriza, mas depois de alguns dias cursa com rouquidão, perda da voz, tosse seca parecida com “tosse de cachorro”.

A epiglotite é a inflamação aguda da epiglote e das estruturas que ficam acima do nível das pregas vocais, no pescoço. Ela pode levar a um inchaço tão importante nessa região causando uma obstrução respiratória de rápida instalação e potencialmente fatal. A epiglotite é mais comum em crianças de 2 e 7 anos de idade e geralmente causada pela bactéria Haemophilus influenzae B. Com sintomas mais intensos, essencial o diagnóstico precoce para prevenir a obstrução das vias aéreas e início do uso de antibióticos.

Não sabemos ao certo a causa da laringite estridulosa, mas habitualmente tem um histórico de alergia. Os sintomas começam de forma súbita e intensa, causando falta de ar, chiado no peito e agitação, todavia regridem progressivamente até a sua normalidade permanecendo apenas com tosse rouca que dura alguns dias.

A laringotraqueobromquite é uma infecção causada por bactérias que acomete a laringe e a traqueia de crianças de 6 meses e 8 anos de idade. Seu principal sintoma é o chiado no peito, mas inicia com febre alta, podendo levar a quadros mais graves com necessidade de internação hospitalar, intubação e até traqueostomia.

Causas de laringite

As causas mais comuns são inespecíficas e, mesmo sabendo que pode ser causada por uma variedade de agentes etiológicos, a maioria deles não são conhecidos. Os irritantes mais comuns são:

  • Tabagismo e/ou inalar fumaça de cigarro;
  • Consumo de bebidas alcoólicas;
  • Poluição, particularmente nos meios urbanos e industriais;
  • Clima;
  • Condições de limpeza, humidade e ventilação da habitação;
  • Alergias;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Infeções crônicas das vias respiratórias (sinusite crônica, bronquite crônica, entre outros).

As causas infecciosas também são comuns:

  • Virais: Laringotraqueíte aguda (crupe) e resfriado comum.
  • Bacterianas: Difteria, Coqueluche, Tuberculose, Sífilis, Hanseníase, entre outros.
  • Fúngicas: Ocorrem mais frequentemente em indivíduos imunossuprimidos.
  • Protozoários: Leishmaniose (úlcera de Bauru) e Esquistossomose

Causas traumáticas (excesso de utilização vocal, acidentes de carro, radioterapia etc.) e a doença do refluxo gastroesofágico também são frequentes. Causas menos comuns são as doenças sistêmicas e autoimune, como a artrite reumatoide.

Diagnóstico

Avaliação por um médico especialista é imprescindível. Além de avaliar a história da doença, desde o início dos primeiros sintomas, averiguar a existência de doenças preexistentes que possam afetar a laringe indiretamente. Também importante saber se a pessoa com laringite esteve em áreas endêmicas ou em cavernas.

Exame físico detalhado da cabeça e pescoço, bem como a visualização direta ou indireta da laringe e a avaliação do pulmão através de uma ausculta com estetoscópio.

Exames

  • Nasofibrolaringoscopia flexível
  • Laringoscopia rígida
  • Videoestroboscopia
  • Biópsia se necessário
  • Exames de sangue conforme a suspeita diagnóstica.

Tratamento

O tratamento da laringite deve ser guiado pela causa da doença, podendo ser usado medicações para aliviar os sintomas de dor e febre, até uso de antibióticos ou antifúngicos para exterminar uma infecção.

Inalação com soro fisiológico ajuda no alívio dos sintomas. Algumas medicações como corticoides podem ser prescritos pelo médico para adicionar a inalação.

Repouso da voz deve ser feito em casos de rouquidão, assim como não pigarrear (limpar a garganta) pois pode piorar o inchaço da laringe.

Ingerir bastante água, aproximadamente 2 litros por dia. Se afastar de fumaças e ambientes poluídos. Manter uma boa alimentação e evitar bebidas alcoólicas.

Em casos mais extremos, em que a pessoa apresenta uma franca insuficiência respiratória, devemos decidir entre a realização de uma traqueostomia ou da intubação, para dar suporte a via aérea obstruída.

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